sexta-feira, novembro 19, 2010

luso futebol

crónica de Rui Santos no 'Record´ de ontem. Só não comungo com a derradeira frase 'Quando os jogadores querem, até o treinador é "bestial', julgo que Paulo Bento não assim tão bestial mas também não é a besta que Queiroz revelou ser.

'Foi necessário Valentim Loureiro ir à televisão e dizer "fui eu e o Pimenta Machado que definimos o ordenado de Gilberto Madaíl" para ficarmos a saber que o atual presidente da FPF ganha o equivalente a 28 ordenados mínimos, qualquer coisa como 13 300 euros/mês e ainda, segundo notícias mais recentes, 160 mil euros anuais em despesas de representação. Tudo somado: 402 mil euros/ano. Quem é que deixa um lugar destes, no qual só é necessário capitular, "dar graxa" (UEFA/FIFA), mudar de treinador e dar ares de preocupação?
Não é normal uma instituição que recebe dinheiros públicos lidar com este assunto como se fosse um "segredo de estado", o que prova a opacidade das coisas do futebol, aliás na proporção exata de alguns escândalos de revelação recente, a envolver banqueiros, empresários, gestores públicos e todos aqueles - e são muitos - que vêm vivendo sob a lógica das "economias paralelas"...
Gilberto Madaíl é presidente da Federação há 14 anos e basta ouvir as pessoas que vivem o futebol "por dentro" para compreender não ser necessário procurar soluções reformistas para se justificar a solidariedade e o voto.
Menos estrangeiros nas competições profissionais e não profissionais, e agora, inclusive, nos escalões mais jovens? Não vale a pena. Está bem assim. Reformulação dos formatos competitivos, com tendência para exigir mais no acesso à competição profissional? Não vale a pena. Está bem assim. Clubes sem dinheiro para pagar a organização de cada jogo é coisa banal, que se deve estimular e proteger. Jogos a começar à sexta e acabar à segunda, sem qualquer motivo aparente? Está bem assim, porque não se pode conflituar com a Olivedesportos, cujo abuso de posição dominante ninguém ousa tocar. Clubes na Liga principal com médias de 3.000 espectadores, em estádios que são autênticos "elefantes brancos"? Está bem assim. Nada a dizer.
Tantas receitas recebidas da UEFA e da FIFA, cujos favores são muito bem pagos, sem dúvida, e a Casa das Seleções não passa da idade da... pedra? Uma Federação sem estatutos adaptados à lei, e o presidente não toma uma posição?! Pois claro que não. Quem fez a lei também não se preocupa, por que razão a FPF havia de preocupar-se? Vivemos um tempo de não exigência, que tudo parece justificar.
Opresidente da FPF vive, pacificamente, debaixo da tutela, com mordomias de luxo. Ninguém o questiona e, quando é questionado, em razão dos resultados menos bons da Seleção Nacional, ouve os patrocinadores, ouve a companhia Rodrigues & Oliveira, consulta a tutela (quando a ordem não vem logo de cima, encomendada) e toma as decisões que melhor o protejam. Um presidente da FPF que resiste ao que já resistiu pode, de facto, recandidatar-se.
OPaís e o "país da bola" assistem, com lusa bonomia, à gestão do calendário de Madaíl: até 2 de Dezembro (data do anúncio de quem organizará o Mundial'2018), não incomodem. E até o Amândio (quanto ganha?) se tornou numa grande figura do futebol indígena! Que pobreza! NOTA - A Seleção Nacional, com uma bela exibição, banalizou os campeões do Mundo. Quando os jogadores querem, até o treinador é "bestial".'

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sexta-feira, julho 25, 2008

O Parecer do Prof. Freitas do Amaral

Contra a corrupção, o abuso de poder, os mafiosos, chantangistas e banditagem...
O parecer é publicado na íntegra no site da FPF. Começaram as críticas ao mesmo, começando pelo inusitado Guilherme Aguiar, um dos lambe-botas do Presidente dos corruptos, que apesar de não o ter lido (?!?!?), o considera fantasioso! Guilherme Aguiar não é idiota mas eu também não.

Texto do jornalista Luís Avelãs no Record online sob o título: A credibilidade de Freitas:
Assumo que não sou especialista em leis. Logo, tal como já aqui o disse, não faço ideia se o que se passou na histórica última reunião do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol foi tudo legal, só parcialmente legal ou completamente ilegal. Como “espectador” tenho é a mesma opinião de muitos: independentemente dos conhecimentos técnicos sobre a matéria, o sucedido nessa jornada foi triste, absurdo e humilhante. Para quem participou no acto, para todos os que acompanham e gostam da modalidade, para o futebol português.

Depois de um sem número de declarações em sentidos opostos, o País futebolístico acalmou quando Gilberto Madaíl resolveu entregar a Freitas do Amaral a missão de clarificar a situação. Todos os clubes envolvidos foram céleres a aplaudir a decisão do líder da FPF, enaltecendo as qualidades profissionais do ex-político. Estavam todos de acordo: o parecer do professor seria indiscutível, pois tratava-se de um “expert” na área, de uma pessoa acima de qualquer suspeita.

É óbvio que essas declarações não passavam de meros exercícios retóricos. Em Portugal, todas as pessoas são competentes e sérias até terem opiniões contrárias às nossas. Exemplos anteriores são mais que muitos e, neste caso concreto, recordo-me de ver dirigentes do FC Porto e do Boavista a elogiar Freitas do Amaral. No entanto, mal se soube a “leitura dos factos” do antigo secretário-geral da ONU e logo as críticas apareceram. Guilherme Aguiar foi o primeiro (pelo menos aqui no Record Internet). E não foi simpático. Mesmo sem saber o conteúdo do parecer, conseguiu qualificá-lo, de imediato, como “fantasioso”. Nada de estranho. Se a decisão fosse contrária, provavelmente seriam os responsáveis do Paços de Ferreira a ter as mesmas palavras. Por aqui, nesta terra de brandos costumes, a competência depende muito da cor da camisola.

Embora o parecer de Freitas do Amaral não seja vinculativo, creio que a partir de agora é praticamente seguro dizer que o Boavista vai mesmo baixar de divisão, que Pinto da Costa vai ser suspenso, que o FC Porto perde 6 pontos no último campeonato. As providências cautelares entretanto apresentadas podem ser facilmente anuladas pela FPF. Basta invocar o interesse público, tal como sucedeu o ano passado com o Gil Vicente. A menos que neste País tudo continue a ser julgado com pesos e medidas distintas consoante os envolvidos.

Uma última questão: já repararam que se o parecer tivesse sido pedido a Marcelo Rebelo de Sousa... seria tudo ao contrário, pois este professor “leu” a situação de outra forma? Quer isto dizer que, mesmo entre pessoas sérias e competentes, nem sempre é fácil avaliar as palhaçadas que se fazem no nosso futebol.

E por falar em palhaçadas, Freitas sugeriu à FPF algo com que todos os portugueses concordam: este CJ já era, arranjem outro. Bom, se calhar ainda há por aí uns iluminados a quem dava jeito ter esta rapaziada a fazer justiça. A sua justiça...

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