A Lei Vítor Baía

No último FCPorto - SLBenfica de há 8 dias atrás verificou-se o seguinte episódio: Geovanni isolado por passe de Nuno Assis ultrapassa Vítor Baía e, este, em tentativa desesperada, lança as mãos e agarra as pernas do referido jogador. Este consegue escapar-lhe e equilibrar-se. Em seguida, utilizando toda a técnica que se lhe reconhece e com a baliza à sua mercê, chutou a bola na direcção da meia-lua ?!?!?! onde Ricardo Costa aliviado a dominou.
No dia seguinte, um telespectador ligou para a SIC Noticias e comentou o referido jogo. Achou por bem realçar o desportivismo de Geovanni ao ter continuado o lance e não ter caido após o toque de Baía, "o que daria direito a expulsao deste"...
Caro telespectador ingénuo,
Geovanni esteve bem em seguir o lance e fica-lhe bem a medalha de desportivismo. Contudo não me parece que ele tenha pensado que iria receber tamanho elogio! Isto porque, se há alguém com um pingo de inteligência no Benfica, já deve ter incutido nos jogadores a Lei do futebol português que diz :
Lei 18 - a Lei Vítor Baía
1. Baía pode jogar a bola com as mãos fora-de-area e pode atropelar jogadores adversários; 2. Tal facto poderá ser sancionado com falta mas em caso algum ser-lhe-á atribuído cartão vermelho, quanto muito o amarelo se ainda não tiver um.
Assim, pouco adiantava se Geovanni tivesse caido quando seguia isoladíssimo. O Sr árbitro poderia marcar falta mas não expulsaria Baía.
Em jeito de conclusão, refira-se que esta Lei resulta de uma prática reiterada com convicção de obrigatoriedade, um costume que passou a lei escrita. Quem não se lembra das repetidas vezes que Baía jogou a bola com as mãos fora-de-área, fez falta sobre os adversários, tudo nas barbas dos Srs do apito, escapando "ileso"?